sábado, junho 11, 2011

Romantismo





Quem tivesse um amor, nesta noite de lua,

para pensar um belo pensamento

e pousá-lo no vento!...

Quem tivesse um amor - longe, certo e impossível -

para se ver chorando, e gostar de chorar,

e adormecer de lágrimas e luar!

Quem tivesse um amor, e, entre o mar e as estrelas,

partisse por nuvens, dormente e acordado,

levitando apenas, pelo amor levado...

Quem tivesse um amor, sem dúvida nem mácula,

sem antes nem depois: verdade e alegoria...

Ah! Quem tivesse... (Mas quem tem? Quem teria?)

Cecília Meireles

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é sempre bem vindo. Logo, logo, estará visível.